Problemística Policiária – II
Texto de A.Varatojo publicado no ABC
Policial n .º 2
A.Varatojo
Há várias espécies de
problemas tipos que podemos classificar entre as seguintes categorias : eliminatórias
, contradição , TÉCNICO , TRAJECTÓRIAS , limitação horária , enigma, observação
e imaginativo . Vejamos cada um destes tipos principais, isoladamente, continuando hoje pelas terceira
e quarta categorias :
TÉCNICO
É o género
de problema científico, em que as pedras de «puzzle» são constituídas por
fórmulas, impressões digitais, tempo de «rigor mortis» ou quaisquer outros elementos
de técnica policial que delimitam o número de solucionistas a uma
escassa minoria quando profundamente e exclusivamente contextuados nos
conhecimentos técnicos.
Na sua grande percentagem cotam o mérito do solucionista mais pela descoberta
de «como se deu o crime» do que propriamente pela individualização do criminoso
.
Chave e fechadura são ostensivamente exibidas. O segredo reside agora no modo
de fazer girar a lingueta do raciocínio e escancarar a solução à avidez da
certeza .
Claro que resta sempre recurso da consulta do «serralheiro» experimentado, que
possa fornecer os necessários elementos quando inatingíveis num manual
apropriado e esclarecedor .
A restrição dos seus cultores é proporcional à escassez dos seus produtores. Um
caso nítido de equilíbrio da oferta e da procura .
A sua analogia com a vida prática transformam-nos em reconhecido instrumento de
utilidade para todos os que lidam com a escol do crime, apetrechada já
igualmente de conhecimentos profundos de técnica policial, que lhes permite
usar violentos antídotos eliminantes das pistas acusadoras que os deixavam
antigamente mais ligados ao crime e os tornavam mais visíveis aos olhos do
investigador experimentado .
TRAJECTÓRIAS
Nas extremidades de uma
linha recta encontram-se as duas principais personagens de todo o tipo da
genuína dedutiva – criminoso e a vítima .
Dado um deles, resta ao decifrador do problema determinar o outro .
Esta é a principal regra do jogo, quando o produtor envereda pelas trajectórias
.
Qual o processo de não delimitar o número dos suspeitos a um único, exclusivo e
indefensável, sob o dedo justiceiro do «sherlock-observador» ?
Colocando pura e simplesmente mais do que um suspeito na trajectória possível
da bala homicida .
O número de possibilidades aumenta e o problema ganha valor . Trata-se agora
descobrir a distância a que foi disparado o tiro e o modo como a bala não
atingiu alguém , antes de um pré-estabelecido e certeiro destino .
Quando o comprimento da linha é apenas um infinitésimo e os sinais de pólvora
chamuscando a ferida mostram a curta distância a que o tiro foi disparado ,
deixa de existir o problema de trajectória para o termómetro das suspeitas o
mercúrio acusar … um provável suicídio .
Apresentam normalmente um elucidativo «croquis» do local do crime, com a
situação dos objectos, pormenor de fundamentado interesse quando é de aceitar
uma teoria de ricochete.
É um tipo de problema bem aceite porquanto oferece uma extraordinária analogia
com o estudo prático, o que permite ao «Sherlock-amador» sentir que os seus
conhecimentos técnicos hoje postos à prova num simples problema bem pode amanhã
ser um esteio acreditado na resolução de um caso verídico .
( cont… )
by : Blogue - Detective da
História
( Publicação de 6 Janeiro 2019 )
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