segunda-feira, 11 de novembro de 2024

 Problemística Policiária – II

Texto de  A.Varatojo publicado no ABC Policial n .º 2

A.Varatojo

Há várias espécies de problemas tipos que podemos classificar entre as seguintes categorias : eliminatórias , contradição , TÉCNICO , TRAJECTÓRIAS , limitação horária , enigma, observação e imaginativo . Vejamos cada um destes tipos principais, isoladamente, continuando hoje pelas terceira e quarta categorias :

TÉCNICO

É o género de problema científico, em que as pedras de «puzzle» são constituídas por fórmulas, impressões digitais, tempo de «rigor mortis» ou quaisquer outros elementos de técnica policial que delimitam o número de solucionistas a uma escassa minoria quando profundamente e exclusivamente contextuados nos conhecimentos técnicos.
Na sua grande percentagem cotam o mérito do solucionista mais pela descoberta de «como se deu o crime» do que propriamente pela individualização do criminoso .
Chave e fechadura são ostensivamente exibidas. O segredo reside agora no modo de fazer girar a lingueta do raciocínio e escancarar a solução à avidez da certeza .
Claro que resta sempre recurso da consulta do «serralheiro» experimentado, que possa fornecer os necessários elementos quando inatingíveis num manual apropriado e esclarecedor .
A restrição dos seus cultores é proporcional à escassez dos seus produtores. Um caso nítido de equilíbrio da oferta e da procura .
A sua analogia com a vida prática transformam-nos em reconhecido instrumento de utilidade para todos os que lidam com a escol do crime, apetrechada já igualmente de conhecimentos profundos de técnica policial, que lhes permite usar violentos antídotos eliminantes das pistas acusadoras que os deixavam antigamente mais ligados ao crime e os tornavam mais visíveis aos olhos do investigador experimentado .

TRAJECTÓRIAS

Nas extremidades de uma linha recta encontram-se as duas principais personagens de todo o tipo da genuína dedutiva – criminoso e a vítima .
Dado um deles, resta ao decifrador do problema determinar o outro .
Esta é a principal regra do jogo, quando o produtor envereda pelas trajectórias .
Qual o processo de não delimitar o número dos suspeitos a um único, exclusivo e indefensável, sob o dedo justiceiro do «sherlock-observador» ?
Colocando pura e simplesmente mais do que um suspeito na trajectória possível da bala homicida .
O número de possibilidades aumenta e o problema ganha valor . Trata-se agora descobrir a distância a que foi disparado o tiro e o modo como a bala não atingiu alguém , antes de um pré-estabelecido e certeiro destino .
Quando o comprimento da linha é apenas um infinitésimo e os sinais de pólvora chamuscando a ferida mostram a curta distância a que o tiro foi disparado , deixa de existir o problema de trajectória para o termómetro das suspeitas o mercúrio acusar … um provável suicídio .
Apresentam normalmente um elucidativo «croquis» do local do crime, com a situação dos objectos, pormenor de fundamentado interesse quando é de aceitar uma teoria de ricochete.
É um tipo de problema bem aceite porquanto oferece uma extraordinária analogia com o estudo prático, o que permite ao «Sherlock-amador» sentir que os seus conhecimentos técnicos hoje postos à prova num simples problema bem pode amanhã ser um esteio acreditado na resolução de um caso verídico .

( cont… )

by : Blogue - Detective da História

( Publicação de 6 Janeiro 2019 )

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